Meus demônios

Meus demônios

Quando estou com meus demônios,

Me afasto...

Fecho-me tal qual casulo

Sem deixar rastros.

Deixo-me ficar sòzinha,

Sem parceiros...

Quando estou com meus demônios,

Te protejo.

Separo-me de ti e sigo adiante,

Para não me notares nos tentáculos

Do escondido...

Para te proteger, esqueço-te.

Para te dizer que te quero.

Para que te lembres de mim,

Após o tubilhão intenso...

Demônios - fragmentos do passado.

Demônios - mesa farta, banquete ardente,

Das ceias, dos místicos temores.

Demônios - que existem, mas não os desejo

Demônios - que executo a todos, nas preces profundas

Da minha existência e aniqüilo-os, sem piedade...

Deixo fluir o que me restou de benesses.

A vida, tu e a felicidade contigo, intensa e fecunda,

Das raizes que salvaguardei dos desencantos,

E que realizaram meu presente eterno

Sem contrastes, sem rimas, mas infinito...

Myriam Peres

Myriam Peres
Enviado por Myriam Peres em 24/11/2006
Código do texto: T300190