A MULHER QUE TE ESCREVIA

Neste momento preciso escrever,
Preciso mergulhar pela última vez,
Nas profundezas da minh'alma,
Com muita calma em minhas lágrimas,
Sentir os sonhos morrerem na distancia,
Na poesia desta sereia de acalantos.

Neste momento há tanto arrependimento,
Ah! Eu deveria ter fechado os meus olhos,
Deveria ter calado o meu coração,
E esquecer toda a nossa poesia,
E imobilizar para sempre as minhas mãos.


Mas neste momento não consigo calar,
Então faço desta pálida folha amiga,
A mais sincera pessoa a me ouvir,
Traço então em seu dorso branco,
As letras deste meu amargo pranto,
A fantasiar a maciez de um terno carinho.

Sinto o soluçar na rigidez dos meus dedos,
Meus pensamentos a cada verso se esvaem,
Vertentes a jorrar esta angustia, esse pesar,
A dilacerar os meus sentimentos mais íntimos,
A exaurir as únicas alegrias que me mantinham.


Por favor não olhe-me agora... necessito chorar,
E tente ao menos ignorar a tristeza desta poesia,
Mas se não for possível, peço-lhe ao menos,
Reze por mim, quem sabe assim, eu te esqueça,
Quem sabe, possa te apagar destas minhas letras,
Virar a mesa e neste verso escrever outro final,
E assim trazer de volta aquela mulher sereia,
Aquela mulher que sempre te escreveu com amor ,
Pois ela acaba de mergulhar nesta minha dor,
Ao mar voltou... levando toda aquela nossa poesia,
Para tentar...quem sabe assim ...viver em paz.!

Sonia Ferraz
Enviado por Sonia Ferraz em 14/07/2005
Reeditado em 02/11/2013
Código do texto: T34141
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