SOLIDÃO NOTURNA

São nove horas da noite, breu da escuridão, silêncio inquietante......

Solidões previstas, nefastas, zombeteiras, amargas, angustiantes......

Horas que não passam, vazio em minha volta, minutos intermináveis......

Estou só, sem carinho, sem palavras de aconchego, sem estímulos, sem você......

Nada penso, minha mente está inerte, meu coração amargurado, angustiado pela falta......

Meu corpo não sente teu calor, minhas mãos não lhe tocam, minha boca sem a tua......

O desespero toma conta de meu ser, lhe procuro em todas as direções que minha visão consegue chegar, mas não a encontro......

Faz-me falta teu sorriso, teus lábios carnudos e açucarados, teu corpo convidativo a horas de prazer e êxtase......

Sinto-me acuado, sem saídas a encontrar, sem refúgio, como a um soldado abandonado durante uma guerra travada......

O odor apaziguante de teu corpo emana por todos os lados, mas não a tenho......

Estou só, vivenciando a cada segundo, o quão triste e amargurante, torna-se a ausência do ser amado, desejado......

O relógio, como que por puro capricho, retarda seus ponteiros, tornando tudo ainda mais frustrante......

Travo uma verdadeira batalha, para não permitir que lágrimas rolem por meu rosto cabisbaixo, abatido......

Nada mais ouço, nada falo, no meu silêncio procuro liberar meu espírito, como que lhe ordenando que vague sem destino a tua procura.....

Triste sina, lhe ter tão próxima e ao mesmo tempo tão distante......

Nada possuo de você, apenas tuas palavras carinhosas a dizer-me que me quer, que me deseja, assim como eu a desejo......

Queria-lhe agora e aqui, nossos corpos unidos, suados, extasiados por uma louca e verdadeira paixão......

Estou só, e até quando???

Não saberei responder......

sgtcardoso
Enviado por sgtcardoso em 04/08/2005
Código do texto: T40126