PARABÉNS...

Que te posso dizer neste dia chuvoso e sem vida,

quando a natureza, derramando lágrimas de dor incontida,

parece entender meu eterno sofrimento?

Onde buscar as palavras para externar o que sinto,

se a dor e a revolta que reacendem o velho instinto,

se me abrigam n!alma eternizando um vil momento?

Poderia dizer que te amo, e por isso te quero?

Ou tanto seria tão pouco do tanto que espero?

Quem sabe talvez, melhor fosse acordar,

de um sonho febril, que aniquila e confunde,

que a mente transtorna e medo à alma infunde,

abrindo um coração em fel a derramar...

Dizer de um desejo, até poderia...

Mas nem me atrevo, ante tanta heresia...

Por isso, neste dia chuvoso e sem vida,

que me vejo tão só sem saber onde vou, te digo:

- Sou um fraco que vaga ao léu sem guarida, estertorando entre os sonhos

que a vida roubou...

Portanto nada te digo. Apenas te mando flores.

Rosas brancas, com certeza,

pois são símbolos da pureza,

dessa pureza do céu refletida,

que mora em tua alma querida

desde os tempos de outra vida...

Nelson de Medeiros
Enviado por Nelson de Medeiros em 12/08/2005
Reeditado em 12/11/2005
Código do texto: T42103
Copyright © 2005. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.