Velho barco

Demorei tanto para zarpar

No porto deixei-me ficar

Assustou-me a imensidão

Tanto mar

Tanto céu

Tanto azul

Pra eu olhar

Ventos rasgaram minhas velas

A ferrugem me corroeu

Meu casco roeu

Agora triste constato

Não dá mais pra navegar

Em sucata me transformei

Trapos balançam no ar

Velho, prostrado, a mim preso

Carcomido pelo tempo

Cada vez menos céu

Cada vez menos mar

Cada vez menos azul

Consigo enxergar

A visão só faz embaçar

O velho medo de sempre

Esse só faz aumentar

Tanto azul

Tanto céu

Tanto mar

E eu aqui a me findar

Prestes a afundar

= Roberto Coradini {bp} =

26//12//2013