Rio de lágrimas
Vai-se ladeira a baixo
Por entre as pedras.
Correndo e gemendo
Num lamentar de tristeza.
Joga-se do penhasco
De uma altura inacreditável.
Continua por entre as matas.
Desce toda a encosta
Num respingar de lágrimas
Até chegar às planícies.
E deslizar suavemente
Contornando a vegetação.
Sem nenhum afluente.
Nas curvas serenas e turvas
Caminhas tristes em solidão.
Viajando noite e dia
Numa calmaria profunda
De cortar o coração.
Faz todo o percurso
Cumprindo sua missão.
Atento sem desanimar.
Matando a sede
De animais e plantas
Até chegar ao mar.