Ausente e indiferente...
Sinto-te distante
E uma dor me sufoca.
Solitária e errante,
Sinto minha alma morta.
A Solidão fica a valsar com o Vazio
E meu coração pulsa em triste sinfonia...
Um tenebroso e gélido arrepio
Transforma a sublime esperança em cinzas...
Vejo-te em cada detalhe que me cerca
E não consigo dominar a cruel saudade.
Como dói a felicidade incerta!
Para nós não há possibilidades.
Uma parede de vidro nos aprisiona:
Podemos nos ver, mas não podemos nos tocar...
A cada noite, experimento a agonizante insônia:
Nem nos sonhos consigo te alcançar.
O vento impetuoso apaga o brilho do meu olhar,
O frio da indiferença congela o meu coração;
O desamor me faz sucumbir, me faz chorar...
A alegria torna-se fúnebre canção.
Sem ti, meu amado, nada faz sentido.
Ainda me lembro dos tempos em que ouvia tua doce voz...
Sonhava que o nosso amor se perpetuava no paraíso,
Mas logo surgiu a realidade tão amarga, tão atroz!
Vago: assim é o meu viver...
A fonte secou e só ficou a melancolia.
Já não aguento tanto sofrer...
Tua ausência levou minha alma e minha poesia.