Coração em desalento
Como pétalas a cair,
As lágrimas querem surgir...
Uma dor que não posso conter
Insiste em me corroer...
Como um espinho a me ferir,
Como uma miragem a me iludir,
Esse amor revelou-se, afinal,
Tornando-se um veneno mortal.
E tudo em que eu havia acreditado,
Todo sublime sentimento cultivado,
Perdeu-se para sempre, no Vale da Decepção.
Quisera ter uma pedra no lugar de um coração!
Quisera ser inabalável!
Mas o tolo coração é tão amável...
Mesmo sofrendo, ele insiste em te amar
E alimenta a esperança de que vais regressar...
Como Penélope a aguardar Odisseu,
Meu fiel amor será só teu.
Regressa, meu amor, ouve a minha voz no vento...
Sente quão doloroso é viver em desalento...
Recebe o meu perdão como a doce brisa
Que afaga o teu rosto e, o teu caminho, suaviza.
Tua ausência é como a morte,
Caminho sozinha, sem vida, sem norte...
Volta, amor, eu insisto!
Dê fim ao meu amargo suplício...
Preciso de ti, meu eterno amor...
Vem tirar do meu peito essa tenebrosa dor.