Finais infelizes

Há sempre um fim,

mesmo nas jornadas em mim,

momentos que transcendem,

fogueiras que já não mais aquecem,

lágrimas que secam,

flores campestres que ressecam,

não é fácil aceitar,

minha derrota se põe à gritar,

há uma sensação de fracasso no ar,

de uma abismo que ao meu redor começa a se fechar...

Há sempre portas que se trancam,

mesmo aquelas que meu interior sustentam,

caminhos que se perdem,

tristezas que se sucedem,

verdades omitidas,

ausências sentidas,

é difícil me libertar,

quando só me apetece chorar,

há um aviso de "estúpido" no mural,

meu espírito contorcendo-se em dor numa espiral...

Há sempre ondas nas rochas alquebrando-se,

mesmo naquela paisagem de tela à óleo movimentando-se,

correntezas que me arrastam,

sentidos que me afogam,

tristezas proclamadas,

em poesias declamadas,

é sofrível relembrar,

quando sinto o fundo do oceano me tragar,

há uma mensagem dizendo "desista" brilhando,

tornando-me esse andarilho que sem rumo continua caminhando...