Menino Homem
Ainda sou aquele menino,
que tem medo da chuva,
se escondendo dos relâmpagos,
mas amando sentir o cheiro da terra molhada.
Sou aquele que corre bem rápido,
contra o vento eu abro meus braços,
e com os pés no chão,
tento voar para o mais alto.
Sou aquele que teme o mundo,
pensando em ser o herói que todos precisam,
e no primeiro impacto com a realidade,
se escondo em meu quarto escuro.
Sou aquele que tem medo de amar,
mas não evito em ser conquistado,
com o coração pulsando medo,
não desejo me machucar de novo.
Sou aquele que sempre sorri,
pois minhas lagrimas já secaram,
fecho os meus olhos sem medo,
e sigo adiante com a graça de um adulto.
Sou aquele que se ilude fácil,
que já chorou muito,
aquele cujas feridas não cicatrizaram,
aquele que as mesmas feridas o fortaleceu.
Sou aquele menino amedrontado,
que se escondia atrás de tua mãe,
que se perdia aos olhos do pai,
o mesmo que encontrou logo depois.
Sou aquele menino confuso,
pensando mais em ser do que viver,
tropeçando em um caminho estreito,
sigo ele cambaleando.
Sou aquele menino descontraído,
e ao mesmo tempo muito fechado,
me desabafo nas escritas,
me descontraio com a suposta vida.
Enfim, eu sou aquele,
que um dia normal como os outros,
abriu a janela de teu quarto,
e viu que podia fazer a diferença.