Universo triste

Triste reflexo solar,

encrustado na mais alta montanha,

despido do dom de amar,

faz troça com essa sensação estranha,

buscando entender as ações humanas,

tão cálidas de aprovação,

reverberando em mentes insanas,

quando tudo colide em decepção...

Nesse manto de azul triste me visto,

com o olhar perdido em estrelas divinas,

com o coração aos pedaços resisto,

no silêncio de solitárias campinas...

Tolo brilho lunar,

perdido na imensidão do universo,

proibido de se apaixonar,

chora o vazio em um único verso,

tentando entender a sensibilidade,

que escorre por seus dedos como areias infinitas,

no desdém de uma falsa cumplicidade,

responde ao destino com rimas incógnitas...

Essa coroa de gelo crispado adorna meus cachos,

reinando sob um trono de ferro frio,

com meu rumo afogando-se em infinitos riachos,

acorrentado num dilema ébrio...