Suicídio

Derramei tinta vermelha no papel

Manchei a folha pura com essa cor

E as lágrimas temperaram com dor

Buscando o brilho perfeito do céu

Deslizei os dedos por esse fel

Formando caminhos indecisos

E o pranto que desfazia os risos

Ondulando a cor de forma cruel

Olhei a chuva caindo do céu

Meus dedos manchados com essa mistura

Nas entranhas o engasgo da dor crua

A boca relembrando um amargo mel

Puxei a tristeza com um cinzel

Nada sobrou daquilo que me apaziguava

O fim interposto pelo carrasco aguardava

Sonhos doces que levassem minh'alma pro céu