Eu caio sempre, mas nunca em mim.

Eu caio sempre no mesmo local.

E não sei o quão ruim isso é.

Eu não sei identificar o que me faz mal ou bem.

Eu só quero um pretexto para ser.

Tentei estabelecer um vínculo que não doesse tanto.

Mas tudo dói.

Tudo faz mal e grita.

E todo ponto incendeia.

Cada reticência inflama.

E o silêncio me faz morrer.

Pensei que...

Pensei que quisesse me ouvir.

Pensei que quisesse me iludir.

Como sempre foi.

Como continua sendo.

Eu caio sempre, mas nunca em mim.

E todas as coisas que foram, não são ou são outras.

Eu continuo bebendo até onde posso.

Pensei que seríamos tudo aquilo que imaginamos.

Pensei que...

Pensei que seríamos tudo o que já fomos.

Mas eu nunca caio em mim.

Quem dera caísse em você.

Tatiana Marques (Tath)
Enviado por Tatiana Marques (Tath) em 24/04/2018
Código do texto: T6318175
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