O silêncio da orquestra

Eu ouço o som do coração.

As batidas audíveis estremecem meu corpo.

Sob o som da natureza, tudo fica em vão.

São tons plausíveis que me fazem um tolo.

O acorde que me mantém vivo,

hoje tirou meu chão.

A sinfonia está desorganizada,

como se o piano não acompanhasse o violão.

As notas não estão em sintonia,

o maestro já demonstra exaustão.

O claque some ao fundo.

E a palheta foi tirada do meu mundo.

O estremecer das notas está em total confusão.

Nada me faz sentido.

A música se cala.

O acordeão se trava.

E a orquestra vai pra casa...

Apagam-se as luzes e o maestro se cala.

Ouve-se as portas fechando.

O clique da fechadura se travando.

É o silêncio de uma vida sem planos.

Caio Vieira
Enviado por Caio Vieira em 06/08/2018
Código do texto: T6411441
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