O Descolar do Otimismo

Sobrevivo a mim mesmo

Uma planta hidrófila em busca da cobertura de água

De um enfado semblante dos deuses destituído de utilidade

Da tragédia do instante de Pandora

De uma entrada às desgraças, misérias e dor

Sobrevivo a mim mesmo

De uma viagem ao infindável ego

De um inacabável texto sem reflexão

De um trago tragado de uma erva venenosa

De um oásis irreal que meu desejo engendrou

Sobrevivo a mim mesmo

Mas,

Que meu desencarne seja vagaroso

Que os demônios aos se embebedarem riem de mim

Ao redimir a dor do parto de minha genitora

Que o otimismo não bata em minha porta

As falsas esperanças, passíveis horrores réprobos

Que encerre em uma nebulosa plantação de cicuta

O inesperável berro de perduração

J Paulo Sousa
Enviado por J Paulo Sousa em 15/08/2018
Reeditado em 15/08/2018
Código do texto: T6420005
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