Último segundo

Uma noite,

uma taça de vinho,

pensamentos atordoados,

saudade que atormenta,

passando insone pela vida,

no descerrar de um céu sem estrelas,

quando nada atenua o vazio em mim,

quando tudo parece tão sem sentido,

e a direção perde seu fio condutor,

a altura do parapeito provoca vertigem,

tira-me o fôlego no último segundo,

antevendo um sol aprisionado em seu nascedouro,

vertendo lágrimas de tristeza,

quando tudo ao final,

não passa de um pesadelo,

mais um entre tantos,

confundindo realidade e ilusão,

naquela angústia que arrefece,

naquela ansiedade que enfraquece,

naquela perda que sussurra sua vitória,

para minha transtornada derrota...