Assassino de papel
Com a caneta ando perfurando o papel
já não consigo conter o sentimento
ele vive saboreando meu fel
e lamento por ele saborear tanto sofrimento
Em minhas cruéis mãos o faço sangrar
desculpe-me papel por te machucar
sei que sou egoísta, jogo em ti meu fardo
e você pobre altruísta
nunca reclamou de degustar cada verso amargo
Sempre repleto de fúria e a caneta na mão
te golpeio cheio de ódio no peito
até carrego culpa em meu coração
perdoe-me papel, a raiva é meu defeito
Ontem a noite me descontrolei
com a caneta nas mãos em meu mausoléu
minha roupa de tinta foi manchada
meu ser tornou-se réu
minha alma aceitou ser condenada
A arma do crime em minha mão
a vitima rasgada, caída pelo chão
a tinta escorrendo do meu coração
minha mente pedindo a sentença
não aceitaria redenção
Ontem o papel foi assassinado
minhas dores ele não pode mais conter
serei eterno culpado
fiz o papel, meu guarda dor, morrer!