O ÚLTIMO DIA DE MAIO

Na paisagem que meu olhar campeia,
estou sentindo algo estranho nessa aldeia,
existe um silêncio por todo esse arrebol.
Está muito deserto, em toda a cercania,
tudo tão diferente, para um final de dia,
próximo do ocaso,aos últimos raios do sol.

Tudo quieto,como se tivesse caído um raio,
está frio, silencioso,no último dia de maio,
a vida aqui caiu num triste esquecimento.
Sem nenhum pássaro,até a estrada está nua,
tomara que mude isso, quando sair a lua,
estou sentindo falta do assobio do vento.

Já nem vejo o vulto da árvore frondosa,
e sinto na alma,uma noite tão silenciosa,
mostrando que será muito longa e infinda.
Não apareceu a ave que no  rancho aninha,
não ví durante a tarde, a solitária andorinha,
e não sentí o perfume de uma flor ainda.

Repetiu hoje os tempos de um abandono,
espero que venha logo um sagrado sono,
e espero que amanhã, a aldeia volte a viver.
Não quero relembrar uma história passada,
quero que seja muito rápida a madrugada,
e que seja com flores, o meu amanhecer.

 
GIL DE OLIVE
Enviado por GIL DE OLIVE em 08/11/2018
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