Sorriso de Photoshop e um copo de ciúme.

No amor aposto

todas as fichas em jogos nebulosos.

Vou me despedaçando por aí

pelas sarjetas.

Ser completo assusta

mais do que impressiona.

A ocasião é sempre imprópria.

Escondamo-nos por detrás das máscaras,

por detrás de máscaras

já que nem lembramos mais

de nossos próprios rostos

rotos.

Vou tentar continuar sorridente

mesmo que o destino

tenha me quebrado

os dentes da frente

e sangrado as gengivas

e embaçado o olhar.

Vou tentar e tentar e tentar

mais uma vez, não esse ano,

não neste mês.

E vou capotando ladeira abaixo

atrás daquele pedaço

de carne todo remendado,

sujo e encrustado de espinhos

que um dia foi um coração.

Decoração de interiores, designers...

Este lugar aí ao seu lado...

está desocupado?

Meu relógio parou

e começou a andar

para trás.

Estou sentado em uma cadeira

no teto do teu quarto.

Olho para cima e te vejo

abaixo.

Olhou para o lado oposto e sorriu.

Esquentou meu rosto.

a pressão subiu.

Não quero sentir

o que estou sentindo.

Esse machado de corte

indo e vindo;

pêndulo de relógio de tortura.

Vou dormindo tentar

desacordar deste sonho ruim.

Vou moldar um outro alguém

parecida com você,

mas que seja só para mim.