Conclusão

Aonde o vento me trouxe

Eu não queria vir.

O que meus olhos me mostraram

Eu não queria ter vivido.

Em minha casa, portas e janelas

Prendem-me, deixam entrar o ar que me sufoca.

Em minha prisão sem muros,

A dor é meu carcereiro.

No céu há um buraco negro:

Havia lá um astro brilhante

Que queimou até sua extinção.

O vazio grita ecoando pelo universo.

Não há flores nos campos,

Apenas a relva tornada cinzas

Pelas estrelas que caíram.

Uma estrada deserta margeando um rio de lágrimas

Serpenteia a alma,

Lugar de abismos profundos

E feridas incuráveis.

Quem esvaziou as ruas ao meio-dia?

Quem preencheu todos os espaços com nada?

Quem perturbou a esperança

E fez tudo ser dor e raiva?

Quem levou tudo,

Esquecendo a amargura como erva daninha?

Nem mesmo um pranto a descer pelo rosto;

Nem mesmo uma sarjeta para sentar e lamentar.

A felicidade se tornou uma serpente

Que se escondeu em alguma toca

Protegendo-se da aflição dos lúcidos.

A tristeza é como um sonho

Que se tem acordado.

Seria o sono da morte um despertar?

Lester Cooper
Enviado por Lester Cooper em 17/11/2018
Reeditado em 28/02/2020
Código do texto: T6505118
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