Mamulengo
Um outro canto de silêncio
varre o tempo...
Me ferem as cordas
em gestos condicionados
Acima ou abaixo
eu sou o meio...
O vão indiferente
guarnece o toar
do causo
O silêncio zunindo
O silêncio ouvindo
O silêncio gritando
Um solto canto do intenso
segue ao vento...
Me querem nas bordas
com vetos traçados
Na rima me encaixo
Eu nada creio...
As mãos a frente
parecem causar
aplausos...
O silêncio cuspindo
O silêncio sorrindo
O silêncio chorando
O pano se abaixa
sai a última pessoa
Sou posto numa caixa...
o escuro me povoa
O silêncio está dormindo
O silêncio é bem-vindo
O silêncio até quando?
Mamulengo
18-11-2018
12h22min
(Murillo diMattos)