NÃO SE MATA EM NOME DO AMOR
Quem ama... não mata
Nem se mata... em nome do amor
D’antiga fulgência a que s’esvaziou os olhos
E por isso a não mais se ter agora... pelo que se apagou
E assim, fecharam-se, pois as vivas pálpebras dos tempos d’outrora
E se findou o que antes se acreditara ser... amor
Oh! insensatez do que s’insiste a querer de volta o que não mais se há!
Do solitário amante a chorar nas caladas horas de sua escura noite
... tod'angústia a que lhe oprime!
A sofrer então a tormenta d'um mar de dor e tristeza
No tempo em que na lembrança preferiu ficar
(que pena!)
E não mais dela a querer sair
Mas, afinal... por quê?
Ah, melhor seria se s’esquivo a vista de tudo estivesse
A fugir de tal sorte a que na fúria de si próprio em seu peito cravou
E, principalmente, na tempestade de su’alma a quem amava... matou
A que assim, ambos morreram
Ou que, melhor se diria, suas vidas... interromperam
Oh, não! inadmissível dizer-se ser, portanto... amor!
Ao que agora digo... e repito:
Não! de form'alguma é amor
Quem ama... não mata
Nem se mata... em nome do amor
Não do verdadeiro e puro... amor
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18 de dezembro de 2018
Paulo da Cruz
Enviado por Paulo da Cruz em 18/12/2018
Reeditado em 19/12/2018
Código do texto: T6530327
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