O Dom da Vida
É sempre no meu peito aquela dor.
É sempre nas minhas dores a virada.
E é sempre no virar-se aquela angústia...
Aquela angústia das tardes de verão.
Aquela angústia dos dias que estão por vir
E da lembrança dos tantos que já se foram.
Enquanto isso fica sempre no meu peito aquela dor.
Sempre nas minhas costas aquele peso.
Aquele peso todo que a vida tem.
Afinal, qual é o peso que a vida tem?
Qual é a dor que sempre sinto no meu peito?
Seria sempre este sempre angustiar-se?
Seria este o sentimento perdido
de que a vida pesa quando sabemos pesar?
Pois faço sempre até do meu sopro algo para se querer saber.
E é então sempre que do meu saber fica aquele nada.