Brumadinho

Da terra vim, pra lama vou.

Na lama foram-se sonhos, vidas e histórias.

Nela também fui levado, arrastado e massacrado.

No derradeiro grito calado por terra, sou levado de um lado para outro.

Tento entender o que se passa, além de lama, passam-se pessoas, animais, vidas.

A força se foi, me entrego à lama ceifadora,

Lama que leva, que devasta, que me mata.

Um dia me perguntei qual era o nome da morte,

Hoje sei, sua graça é ganância.

Tal que ceifa, corta, interrompe e destrói.

O que um dia já foi VALE, hoje junto a mim virou lama.

Eder L. Pacheco

Eder L Pacheco
Enviado por Eder L Pacheco em 29/01/2019
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