Guararema
Aos trancos e barrancos, vamos seguindo nossa vida juntos.
No amor e na dor, trilhamos nosso caminho.
É falta de coragem que nos faz grudados?
É medo do desconhecido?
Será que não conseguimos mais viver separados, mesmo tóxicos?
Ou será que, de fato, o amor supera todas as coisas...
Mas parece que não os nosso defeitos?
Na falta do primeiro passo, vamos dando outros juntos.
E tropeçamos.
E caímos.
E levantamos.
Mancamos.
E continuamos juntos...
O que nos une agora?
É nosso herdeiro?
A melhor coisa que fizemos juntos?
É nosso falho-amor?
Ou nossa esperança de um futuro melhor?
Será que um dia vamos parar de jogar facas e pedras no outro
E passaremos a entregar rosas?
Quando foi que começamos a machucar o outro?
Onde deixamos nossa admiração?
Será que ficou em alguma casa e esquecemos de encaixotar na mudança?
Como foi que o carinho foi pra longe?
Será que esquecemos a janela aberta e ele pulou?
Nosso amor, tão machucado, dá sinais de mortalidade
E não tenho forças...
Eu não sei o que fazer...
Me sinto afogando num mar de tristeza e mágoa,
Não quero que nossa história se resuma a isso.
Quando foi que deixamos de ser amigos e passamos a ser inimigos?
Onde foi que deixamos nossa paixão pelo outro?
Será que esquecemos naquele quarto em Guararema?
Me parte o coração ver que deixamos nossa história
E nosso amor, ó nosso tão belo amor,
Machucar-se a tal ponto
De chorar e só chorar.