Esconjurados Prantos

Por vezes, fechar os olhos pode configurar um pleonasmo vicioso, quando comparado à morte

Pois sempre há inúmeros sentidos confusos e tendenciosos rondando-nos

E se, por acaso, meu corpo se tornar santo?

Nesse caso, então, levantar-me-ei apenas para morrer

Em outros termos...

Abraçarei, impetuosamente, a dissolução da vida em obscuros prantos

Esconjurados prantos

Mesclados aos desencantos

Originando a natureza dos desumanos

Conservando-se no decorrer dos anos

Entretanto, você arranca nada mais que pétalas da minha existência

E quanto à minha infindável imersão em estado de crônica displicência?

Inóspitos corações, como o meu, estão, também, dançando ao vento?

As bênçãos e maldições confundem-se na melodia dos lamentos

Redenções insuficientes

Sentimentos incoesíveis como insurreições divergentes

Prossecuções sucumbentes

Sempre nos contam mentiras tão convincentes...

Mia Mendes
Enviado por Mia Mendes em 17/02/2019
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