TUMBEIRO
O seu espelho é de dor e agonia,
como as feridas e tristezas de Maria.
Ouço o lamento que o cativo entoou,
logo que a noite fez o dia.
Os pés são raízes do canavial,
são o castigo do pecado original.
Suor amargo que expurga todo o mal,
o mesmo que afogava, no mistério da travessia.
Mas em segredo persiste na romaria,
o atabaque que revive o ancestral.
Atrás do rosário, a natureza arredia,
revolta de reis nesta terra imperial.