Enfim...

Agarro-me ao nada

Apoio-me na incerteza

Debato-me contra a ingratidão

Respiro sem um pingo de vontade

Amanhã servirão as fofocas

Os jornais estarão ainda pintados de sangue

E no mangue, os caranguejos serão radioativos

E você, mais uma esfinge que eu não quis decifrar

Desculpe meu pouco caso

Por acaso ainda há tempo para chorar?

Quem roubou a lágrima que umedecia meu deserto?

Às vezes morremos, às vezes...

Em outras situações, já nascemos mortos!

Eles superaram todas as expectativas

Deram uma arma ao que gritava por ajuda

Ajudaram no término de mais uma dor sem solução

Amantes do suicídio, deliraram com a partida

Parece que realmente a subversão foi sufocada

Eu queria chorar novamente

E quem sabe, eu gostaria de dizer adeus

Sem Deus, sem ninguém, sem mito...

Eu sinto muito por não ser forte

Quero apenas dizer

Que já não é hora de dizer nada

Olhos nos olhos

Sem palavras, sem despedidas...

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 13/03/2019
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