Manhã

Acordei em uma manhã

Onde só a saudade me desejou bom dia

A solidão me abraçou como uma irmã

E a melodia da tristeza era o que eu ouvia

Já não sei se a vida me guia

Para o futuro ou para o fim

Lembrando dos corpos que eu sentia

Hoje sozinho não sei o que será de mim

E essa manhã infinita

Me brinda com tantas incertezas

Enquanto no meu peito um imenso vazio grita

Contra o mundo que me fere com tantas indelicadezas

Se já não sei para onde devo ir

Que aqueles doces olhos que antes me iluminavam

Possam lembrar de mim antes de tudo ruir

Pois agora eu só lembro dos que me machucavam

Em uma manhã qualquer

Por mais um dia eu acordava

A tristeza disfarçada de mulher

Fingindo ser você era o que me consolava

Eu que era tão confiante

Esperava que o amor pudesse enfim vencer

Hoje com tudo que sei ainda me sinto ignorante

Vivendo de ausências sinto que vou morrer

Paulo Raven
Enviado por Paulo Raven em 31/03/2019
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