Lástima

Folha por folha o vento balança à sua maneira,

e é a mesma a qual circula os meus tremores.

Aqueles responsáveis pelo frio que não passa:

o frio da derrota,

o frio esgotante,

o frio que grita,

o frio que chora,

o gelado da existência.

Desconheço direções,

pra onde ir, não sei.

Já não tenho residência.

Deixar-me-ei aqui,

em todo caso e acaso na impossibilidade de fugir.

Os amo imensuravelmente,

os trago no peito,

os sinto na pele,

os levo na mente.

Se os chamo,

suprem momentaneamente o choro.

Mas a lástima é de que da esperança

não resta uma gota.