VERSOLENDA
A pena jazia leprosa
Diante da descarnada mão
Torturada por presas
Que tinham a pressa de um faminto
Ao devorar a fatia de pão.
Na turvidez do sentimento
CAUSA MORTIS da idéia
Mais a vontade é canina
É insana
É cega
É algo que ninguém imagina
O corpo fragmentado quer
A bipolaridade mental quer
A leucêmica lágrima quer
E a pena apenas deseja-te
Deseja
Como o claro
O escuro
O leigo
O sábio
O surdo
O caro
O muro
O fim
Do mundo
Nas riscas de giz
Na con-fusão da saliva
Que funde o fuso
De um beijo irmão
Amigo
Resgate
Desgarrado
Na inocência do tudo
Na divergência do nada.
Ricardo Árcoli
20/07/2005
13:13hs