A revolta

A revolta

O que portará no foz de teu plangor que batiza os oceanos profundos de fábulas ardilosas,

O que fará do mistério uma visão aliciente do que apenas os olhos querem ver,

O que calará a maledicência dos que pela viela percorreram a sentença meticulosa,

O que cessará a prantina dos que vivem a verdade sem poder nem ao menos antever?

A aurora já é valhacouto dos que a fidúcia abraçaram,

Os olhos dos pequeninos a correr pela brisa de verão é proscênio dos anjos que resfólegam,

A melodia das aves é longínqua em tímpanos que foram saltados ao abismo,

O amor é o testemunho que nenhum humano ou anjos celestiais proclamam.

As ondas da lástima do mundo é refreado em um chão que não se pisa,

A luz do mundo já some do crepúsculo que os corações nunca louvaram,

O bedelhar que se cala no manifesto de um homem que se esvazia ao seu semelhante eterniza,

As almas que partiram não levaram as lembranças do que viveram.

Os sonhos que se calam no abismo da perseverança que não se vive,

O sangue que é derramado por aqueles que resplandecem na calada da noite,

As pessoas já não vivem na compaixão que foi criada,

A esperança já é uma criação das mãos que chamam o nome da morte.

E quando o bem triunfará sobre os vales e todos os males serão apenas dolorosos cantares?

Quando o amor irá aquecer os corações que foram levados pelo frio da ignorância?

Quando os anjos serão anjos em proclamação da oração que se faz?

Tudo isso haverá quando todo o calar da alma que se vai, se desfaz.

Maria Fernanda de Araújo Dantas
Enviado por Maria Fernanda de Araújo Dantas em 20/07/2019
Código do texto: T6700371
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