Dormes...
Dormes... Ao teu lado choro em silêncio,
Tenho medo de te acordar, interromper o sonho
Que te enleva e me prende no vazio
Deste quarto, preso ao que não mais tenho.
Escrevo no céu do nosso quarto, versos
Que nunca irás ler, pois são como falenas
A pousarem nos teus seios nus, em vôos dispersos
E alternados sobre teu busto alvo, como doidivanas.
Dormes... E teu hálito suave alimenta minha imaginação,
Que desenha no teu ventre macio loucuras.
Asas coloridas cobrem teu corpo, como uma imersão,
E nasce o dia, sem que a luz sare a minha loucura.
Fernando Alencar
15/09/2019***20:55 h.