CAETANA
Tristeza é um prato vazio no canto da mesa,
o desalento das moças passantes,
em cujas sombras vacilantes,
desenho a desilusão da certeza do que não volta.
O sol nascendo pela metade, o rio correndo quase morto,
é tudo quase, e nunca uma resposta que silencie a dor.
O riso é máscara de um brilho meio torto,
do que foi vida e se apaga no peito sombrio.
Não há coração para o mal onde os olhos estão cerrados,
e onde desaparecem as notas feitas por dedos fraturados.
Ninguém ouviu quando fui falar de amor,
porque revolta marca mais o canto que a redenção.
São fantasmas adoecidos da minha geração,
a ulcerada alvenaria, ferida, em todo seu esplendor.