sentimentos submersos

mais uma vez estou aqui

despindo minha tristeza

em forma de versos,

falando abertamente

sobre minhas mazelas

e meus sentimentos

submersos.

mais uma vez dispenso a pena,

a tinta, o papel e o grafite,

e ainda que minha alma grite,

ela escolhe a escrita

nas teclas infinitas de uma máquina

de salvar desilusões

de uma alma aflita.

mais uma vez a memória acessa

lembranças de um amor desperdiçado:

meu tempo gasto,

um bem querer frustrado,

vários recomeços sem final,

sem troca, sem retorno,

sem agrado.

e mais uma vez: uma poesia

retorcida na ausência da alegria;

rimas pobres, versos cíclicos inúteis,

pois que dizem a mesma coisa

todo o tempo:

os poetas só escrevem coisas

fúteis.

11 de março de 2020

Teco Sodré
Enviado por Teco Sodré em 11/03/2020
Reeditado em 11/03/2020
Código do texto: T6885348
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