Bomba-ou-Relógio

O Relógio marca mais de 23 h...

Eu anseio pelo amanhã

Enquanto me surras a verdade em sua

Mais ampla totalidade (que por sua vez desconheço...)

Há em meu guarda-roupa uma mala preparada para o que der e vier, (se vier então que venha!)

E há muito tempo que eu já previa

Só não sabia e ignorava pelo fato de não saber

... Que venenosas podem ser palavras doces

Aos pés de uma tal coisa que é (ou já era) essa tortura constante?

Nos braços onde eu me aquecia,

Dos braços de onde por horas fugi (e com isso enfraqueci)

Ora retorno desnutrida

Suplicando por um alimento que me exige a alma

E por onde eu não pensava, agora já encontro proteína,

Ainda que a ânsia me revire o estômago

E a cabeça me ponha a tremer

Eu ainda engulo e digiro...

Ontem faltou Luz,

Hoje encontrei perdida num armário uma vela,

Procuro agora pelo fósforo... em quanto vejo algo cair

Vai quebrar!

Um pó mágico cai sobre o meu corpo cansado

E o mesmo, ao tempo em que me cura, ao mesmo me sufoca...

Quebrar!

As pessoas que rezam que tenham esperança

Pois se depender de mim já era!

Já matei todas as personagens dessa história e nem essa tal de Esperança restou...

Morre Esperança (o Eu- Criança) e já não a tenho no elenco (...)

Movida pela luz dos meus olhos, minha alma ainda resiste... Até quando?

Em quanto isso canhões se posicionam ao redor das ruas por onde eu passo...

Turbulento – mar de pensamentos,

"Não!" – gritos ao despertar de pesadelos,

Abreviações ridicularizadas buscando em si extensões desnecessárias

Matando a informalidade e o poético de um ser que é humano...

A Filosofia arma o paredão de fuzilamento...

Da catedral vem o soar dos bronzes que tocam.

Como definir perguntas onde palavras se encontram em guerra e pensamentos meus em conflito?

... Tudo é externo,

Será isto certo?!

No entanto, de onde vem essa minha fome? Esse meu frio?... essa minha dor?

... mais de 23 h . (...)

Caroline Natalie Stroparo
Enviado por Caroline Natalie Stroparo em 12/11/2005
Código do texto: T70710