Ascender à derrota

De uma ceita de lágrimas

A uma colheita de páginas

Onde é feita a recordação

De uma suspeita ascenção.

Tão limitado, não mais tempo vago.

Tão esforçado, mas sem um afago.

Nada, nem ninguém se importa.

Tudo a ser ganho, então se comporta.

Ganhos vazios, tudo tão vazio.

Cadê os rios anunciados como trilhos.

Corre para o próprio fim e nem sabe,

Tenta tudo ter mesmo que nesse tudo se acabe.

Nada, nem ninguém importa.

Tudo a ser ganho, mesmo com tudo não se conforta.

Não há conforto se o tempo parou.

Nada trilha, nada brilha se seu tempo acabou.

Nada mudou, nada muda, ainda uma muda.

Não mais cresce, nada cresce, então enlouquece.

Cadê seu fim? Ah, já passou, nem percebeu.

Nem lembra mais o quanto viveu ou não viveu.

Sinto muito. Sinto muito sentir.

Não sinto sua falta, volte a dormir.

Thiago José
Enviado por Thiago José em 12/12/2021
Reeditado em 12/12/2021
Código do texto: T7405832
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