VINDITA DE UM ASSASSINO

Teus olhos negros

me chamam pra perto.

E eu, sem forças,

cedo e te cerco.

Pelas cálidas madrugadas

sinto teu cheiro de jasmin

Nas ruas por onde passo

espalho sangue alheio carmesim.

Reflexos de sombras disformes,

te vejo sempre ao meu lado

Conversas solitárias confusas,

trazes de volta meu passado.

És Deusa e teu nome é morte,

me envolves nesse calor

Tua mão é sempre mais forte,

degusto teu doce sabor.

Só vivo porque assim vejo

toda noite teus olhos chamar

Em mim despertam o adormecido

Que adora por tua causa lutar

Mas mesmo triste, sozinho

vagando pela escuridão

Teus beijos só me fascinam.

Jamais posso dizer não.

Agora já sei, estou perdido

Quis o destino que fosse assim

Por isso hoje também decido

tirar minha vida antes que a leves de mim.

E pela manhã, quando raiar novamente a alva

sabes, ó morte o que vais lembrar?

Na próxima escura e vindoura noite,

qual outro louco poderá te amar?