MEDO DA SOLIDÃO

MEDO DA SOLIDÃO

No silêncio que invade o quarto escuro,

Ecoam passos que não são meus.

A sombra do vazio, um muro,

Separa o ontem do que já não tem mais luz.

O relógio marca horas paradas,

Cada tique-taque é um lamento.

As memórias, antes tão amadas,

São fantasmas no firmamento.

O medo sussurra, frio e cortante,

Nas entranhas da alma inquieta.

E o coração, pulsante e errante,

Teme a noite que nunca se completa.

Solidão, companheira indesejada,

Teu abraço é gelado, sem calor.

Na tua presença, a vida é desenhada

Com traços de angústia e dor.

Mas no fundo do poço, uma centelha,

Uma voz que insiste em não calar.

Talvez a solidão não seja espelha,

Mas um caminho para se encontrar.

E assim, entre medos e sombras,

Aprendo a dançar com a ausência.

Pois mesmo nas noites mais sombrias,

Há uma estrela de resistência.

IVAN GUEDES BLACK JUNIOR
Enviado por IVAN GUEDES BLACK JUNIOR em 03/02/2025
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