MEDO DA SOLIDÃO
MEDO DA SOLIDÃO
No silêncio que invade o quarto escuro,
Ecoam passos que não são meus.
A sombra do vazio, um muro,
Separa o ontem do que já não tem mais luz.
O relógio marca horas paradas,
Cada tique-taque é um lamento.
As memórias, antes tão amadas,
São fantasmas no firmamento.
O medo sussurra, frio e cortante,
Nas entranhas da alma inquieta.
E o coração, pulsante e errante,
Teme a noite que nunca se completa.
Solidão, companheira indesejada,
Teu abraço é gelado, sem calor.
Na tua presença, a vida é desenhada
Com traços de angústia e dor.
Mas no fundo do poço, uma centelha,
Uma voz que insiste em não calar.
Talvez a solidão não seja espelha,
Mas um caminho para se encontrar.
E assim, entre medos e sombras,
Aprendo a dançar com a ausência.
Pois mesmo nas noites mais sombrias,
Há uma estrela de resistência.