ECOS DE UM AMOR PERDIDO
Ela caminha silenciosa,
entre as sombras do que foi,
no espelho, a face cansada,
reflete um coração espedaçado .
O marido, um estranho agora,
com palavras que já não tocam,
ela ouve, mas não escuta,
pois sua alma em outro lugar toca.
No fundo do peito, ecoa
um nome que o tempo não apaga,
um amor que o destino levou,
mas que em seu ser ainda se alonga.
Era ele, o grande amor,
que um dia partiu sem aviso,
deixando-a à beira do abismo,
num mundo que parecia vazio.
O marido tenta, insiste,
com gestos de afeto e cuidado,
mas ela já não sente o mesmo,
pois o passado está gravado.
Nas noites frias e solitárias,
ela sonha com o que poderia ser,
com o amor que nunca esqueceu,
e que ainda faz seu coração doer.
E assim, entre o presente e o passado,
ela vive dividida, sem paz,
pois o amor que um dia foi seu,
ninguém mais no mundo trará.
Mas a vida segue seu curso,
e ela sabe, no fundo da alma,
que um dia terá que escolher:
viver no ontem ou renascer na calma.
Por enquanto, ela apenas respira,
entre lembranças e desejos,
esperando que o tempo cure,
ou que o destino traga novos beijos.