Tão longe de mim
Os dias têm sido chuvosos...
as opções tornaram-se mais raras.
Seria bom ter uma casa,
ter alguém pra quem voltar no final do meu dia...
alguém que eu pudesse abraçar
e desabafar todas as mágoas,
chorar, me aninhar...
confessar minhas fraquezas diárias...
desabafar...
ser simplesmente o que sou...
poder, enfim, me alegrar...
mas ao meu redor, é tudo solidão...
pessoas estranhas me ditando regras o tempo todo,
eu em estado de alerta, sem saber quando explodo,
sonhando com o que não me pertence,
querendo além do querer,
sofrendo pelo que nunca, talvez,
eu venha a conhecer.
Fatalidade inesgotável do que nunca me abandona.
Mais uma vez, o pranto rola em meu rosto,
e me pergunto: o que é real?
O que seria virtual?
O que me acompanha me faz feliz.
O que sinto não é inventado.
Mas, e o que penso, o que desejo?
Como seria viver a vida
imaginando um simples beijo?
Todo amor que cultivo, fica em mim somente,
como se bastasse uma semente
para em meu peito poder germinar.
As distâncias me abatem sem piedade,
preciso agora, de alguém de verdade,
que possa, quem sabe, me escutar...
Sinto-me só.
Talvez, como nunca estivesse em minha vida.
E agora? Ligo a tela e desligo o mundo?
Ou me mantenho nesse abismo tão profundo?
Às vezes, é preciso mais do que força
para reerguer um ser que desabou.
É preciso mais que realidade,
é preciso um amor de verdade,
mais real que aquele que acabou.
E que me venha esse socorro!
Porque, senão...
sinceramente, eu morro...
15/01/2007