O CAFÉ NÃO ERA O MESMO

Um café da tarde foi interrompido pelo telefonema.

O dulçor de um grão arábica especial que descia macio

de meus lábios para a garganta travou minha glote, paradoxalmente, do suave sabor da bebida quente ao amargor da notícia repentina.

O Café não era o mesmo a tarde também.

Meus pensamentos, que embora firmes, saltavam para memórias de um futuro doloroso. Por ser futuro, não existe. A dor era presente.

O sentimento de um luto antecipado insistia, persistente, em meus pensamentos.

O suspiro já não era o mesmo, nem o bom café quente.

A conversa na mesa mudou para assuntos que não consistiam e não persistiam em nada.

Aquele café não poderia ser o mesmo, a tarde esfriou.

Levantei abruptamente para enfrentar essa segregação de pensamentos.

Corri rápido para ela não me alcançar.

A cada passo, ela estava lá.

Então parei e pensei:

Aquele bom café não seria o mesmo

Handerson Almeida
Enviado por Handerson Almeida em 18/02/2025
Reeditado em 18/02/2025
Código do texto: T8267388
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