O CAFÉ NÃO ERA O MESMO
Um café da tarde foi interrompido pelo telefonema.
O dulçor de um grão arábica especial que descia macio
de meus lábios para a garganta travou minha glote, paradoxalmente, do suave sabor da bebida quente ao amargor da notícia repentina.
O Café não era o mesmo a tarde também.
Meus pensamentos, que embora firmes, saltavam para memórias de um futuro doloroso. Por ser futuro, não existe. A dor era presente.
O sentimento de um luto antecipado insistia, persistente, em meus pensamentos.
O suspiro já não era o mesmo, nem o bom café quente.
A conversa na mesa mudou para assuntos que não consistiam e não persistiam em nada.
Aquele café não poderia ser o mesmo, a tarde esfriou.
Levantei abruptamente para enfrentar essa segregação de pensamentos.
Corri rápido para ela não me alcançar.
A cada passo, ela estava lá.
Então parei e pensei:
Aquele bom café não seria o mesmo