Quando Chove Lá Fora
Hoje acordei e vi algo triste
Antes mesmo de levantar, já estava aborrecido
E mesmo depois do café, continuava aflito
Perdido em um milhão de pensamentos
Vagando, sofrendo
E lá fora, chovia
E de cada gota de chuva que caía, eu via mais uma coisa ruim e doída desse mundo
E pra cada nova dor que se alojava em meu peito, eu tinha uma máquina
Cortava, moía e empacotava
Dentro de mim, toda essa mágoa
Em cima de mim, chovia
E quando roncaram os trovões e as luzes dos raios preencheram o céu
Eu ainda estava cabisbaixo, molhado e maltratado pelo mundo e toda aquela dor pungente
Me punia, me doía e eu sabia bem que esse dia já tinha acabado
Não era nem meio-dia
Tentei sorrir, mas a melancolia não deixava
Tentei mudar, mas cada vez que pensava em mudar, nada mudava
Lembrei mais uma vez daquilo
Oh! Aquilo!
E me aborreci outra vez
Quando a chuva cessou, me sentei no jardim
Vi lindas flores, de todos os tipos
As que já estavam ali e as que ainda viriam
Vi a possibilidade de um sorriso em meio a um mar de flores murchas, encharcadas pela chuva
Todos nós passamos por isso, vez ou outra
Mas eu nunca me lembro dos dias em que acordo com um sorriso nos rosto
As fotos estão lá para provar
Mas aquele não sou mais eu
Eu...
Sou outro.