Olhos nas Costas
O longo caminho percorrido
Não foi nada
O pouco tempo aproveitado
Tornou-se tudo
Mas não sem que o pequeno mestre
Ditasse antes a lição para todo o sempre
E foi aí que entendi o maior
O líder cinicamente menosprezado
Por um clã dividido e amargurado
Sua presença trazia ao menos
A ilusão de paz e respeito
Agora nasce em cada peito
A ponta de um punhal
Não vejo os cabos dos que trago em mim
Até tive tempo de prever os golpes
Mas meu amor me cegara
Não ouvi a voz que alertava
Da mestra amorosa
Que por todos velava
Feridas diabéticas
Curadas com açúcar
Sempre as mesmas dores e gemidos
Não importa o amado que morra
Nada é seguido
Doces tolices teimando em fazer sentido
Pra qualquer lado que se corra
Sempre as mesmas pedras no caminho
O cansaço era predito
E tão fortemente ignorado
Setas vulgares
Outrora flamejantes
Agora frias
Mas ainda setas
Aprendi a ter olhos nas costas