Recebi esse poema, de autoria da amiga Karla e com sua autorização, publico aqui, não só porque é um tema que interessa a muitos, mas principalmente porque achei que essa poesia ficou muito boa.
Parabéns, Karlina e obrigada por compartilhar seu poema conosco.
A megera do século
Ela vem como uma nuvem negra,
Como um céu encoberto
E sobre o deserto sedento
Chove lágrima sem destino.
A razão perde a razão,
A vida perde o sentido.
Trapaceira, é a depressão.
Ataca sorrateira,
Silenciosa,
A qualquer hora.
Mas o que esperar de tão má Senhora?
Nos quer mendigos,
Párias,
Desabrigados.
Trás consigo
O desaconchego,
O medo,
A tragédia.
Tragédias gregas,
Peste negra.
Ai de nós,
Indefesos soldados
Desarmados.
É a depressão,
Senhora sem sentido
Sem coração,
Sem motivo.
Gruda como areia movediça,
Enfeitiça,
Confunde,
Afunda-nos.
É tão difícil....
Ajuda! Ajuda!
Acuda!
O corpo impregnado pelo vírus
Não ouve,
Não responde,
Acata,
Enquanto ela lentamente,
Nos mata.
O que queres, oh! Megera?
Declarar guerra aos inocentes?
Destruir teu alimento?
Teu grenpeace, droga,
intorpecente,
provoca dependência,
inconsciência,
nem ele consegue contê-la.
Oh mal da humanidade!
Se a insanidade te apraz,
Se a gosma dessa lesma te apetece,
Porque não te afundas em ti mesma
E nos deixa em paz,
desapareces?
Karla Werkerlin