Devaneios II

Como poderia eu, que só fiz te amar, mais que tudo

Te escorraçar de meu coração partido em mil pedaços

Cheio de mágoas e rancores chorados e ressentidos

Lágrima por lágrima em cada noite de lua

Onde ouvi apenas ao longe, o som de sua voz

Ao deixar sem adeus, a casa onde fomos tão felizes

Mostrando que passou o tempo pra mim

E passou pra você também, que hoje é infeliz

A viver em remorso por todo mal que fez,

À um pobre coração que não lhe pode mais pertencer

Talvez por culpa do destino juvenil que se apresentou

Em uma forma inocente, escondendo por debaixo

Da seda do amor, o terror do choro no escuro, o medo

De sofrer, de ser, e enfim, por viver e de amor morrer.

E de uma vez nós dois restaremos sós e apartados

Apenas sofrendo de saudade, longe um do outro

Por orgulho, por receio, por procurarmos a solidão

Então sabemos que as noites serão intermináveis

Que os livros e as fotografias serão a maior prova

Do crime sem testemunhas que um dia cometemos:

O de amar sem importar-se com um ou com o mundo

De sermos felizes, completos e totais realizados

Sonhando o mesmo sonho, sermos eternos namorados

Flávia Jobstraibizer
Enviado por Flávia Jobstraibizer em 12/01/2006
Código do texto: T97919