OS MANSOS E OS FEROZES
É preciso entender pelo menos um pouquinho
Das linguagens bem sutis
Para abrandar as lágrimas
Que brotam dos olhos e a dor
Que apunhala o coração
Os algores dos mansos e dos ferozes
São arbustos daninhos
Que aniquilam os sentimentos
Mais bonitos e profundos da alma
E se esboça no coração
Eles se aproximam, para o
Combate de perfeitos fogos do bem contra o mal.
Acalma-te, oh! Coração!
Dessa sentença que um dia tornará Sua glória!
Regenera e consola!
Chora de tanto esperar impacientemente!
Esta é a sede dos que amam
Sede de um amor universal, ponderável
Morte sem pecados
Várzeas significantes da natureza
Pois este amor saudável e curável
Modifica os corações espedaçados de tristeza
Vela noite e dia
Os mansos nos pensamentos nos guiam
Reciclando o perfeito do imperfeito
Assim como faz a natureza
E nesse anseio de igualdade
Cabe a cada faculdade
O saber ou o errar
E nessa conduta de espera
Viver o poder que libera
O caminho encontrar
Na teia que tece os defeitos
Brigam também os perfeitos
Para seus defeitos consertar
Por longas vidas, assim passam
Os mansos a simbolizar
E os ferozes que se agonizam
Sofrem dores da ironia, para poder se curar
No acalento que ainda sombreia
Num brilho que não esmoreia
Conhece o campo e semeia
Deixando o amor transbordar
Fê-lo milagroso e caloroso
Seu destino pavoroso
Dentro do peito faz repensar.