O Mártir

Ardem fogueiras por toda parte,

Do alto é como se estrelas

Se acendessem no solo,

Mas as estrelas são luz

E estas fogueiras

Trazem as trevas.

Ardem fogueiras por toda parte,

Chamas erigidas em nome Dele,

Mas nas quais tantos servos seus

São lançados.

Ardem fogueiras por toda parte,

Anônimos e lembrados

Caminham resolutos ou arrastados

Ao martirológio em nome da fé

Enquanto os céus choram

A insensatez humana.

Ardem fogueiras por toda parte,

E em uma delas

As asas atadas,

A mente liberta,

A fé defendida,

A morte não temida

No testemunho do Testamento

De amor e sacrifício

Em busca da luz.

Ardem fogueiras por toda parte,

Mas as mesmas chamas que consomem

Trazem o calor que forja o aço.

A mesma morte que promete trevas

É passagem para a luz.

Ardem fogueiras por toda a parte,

Arde um ideal,

Arde um sonho

Que há de voar

Em céus tais

Que chama alguma

Há de lhe arder.

Arde a promessa...

Glaucio Cardoso
Enviado por Glaucio Cardoso em 27/01/2015
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