ILUSÃO
Ser profano, apócrifo e ateu
Uma soberba escolha, uma opção
Extrapolar desejos, uma vocação
Que choca, incomoda o mundo regular
Transcender a ordem da História
Arrebatar corações frágeis, submissos
Negar juízos de valor, fazê-los contraditórios
Um artifícios dos fracos, oprimidos
Não dar ouvidos à ordem instituída
Fazer da tua decisão a lei que te governa
Transformar-se no Homem das Cavernas
Esbravejar, rosnar, ser como um cão maldito
Um artifício próprio dos aflitos
Que por amor à liberdade exalta
Um grito, um brado, um canto de amargura
Das trevas da urbe insana que sucumbe
Todos os sentimentos humanos e ilude
A nossa essência terna, nossa salvação.
FRANCISCO ROBERTO PINHEIRO TOMAZ