A liberdade da alma
É preciso adentrar nas entranhas da alma
Para talvez no seu mais recôndito canto
Encontrar a essência de um ser em pranto
Que se vitimizou e se causou um trauma.
Porém, para a cabo levar tal árdua tarefa
É preciso silenciar a mente que borbulha
Pensamentos negativos que à vida não blefa
Mas de grandes problemas apenas a entulha.
Entretanto, quem à tona quer trazer a essência
Se a tantos basta a máscara frágil da aparência?
Entretanto, quem quer o ônus da alma dilacerada
Se impera a insegurança de não tê-la aprisionada?
Com a mente silenciada e os olhos fechados
Para o exterior ilusório e barulhento
Começa a viagem pelo autoconhecimento
Mergulhando em si sem garantias dos objetivos alcançados.
Todavia, para galgar os degraus da evolução
É preciso descontruir-se indo ao escuro interior
Buscar a centelha divina sufocada pela ambição
E quase apagada pela soberba e pelo horror.
Desaceleremos, portanto, o cotidiano veloz
Do contrário o avanço será retrocesso atroz
E a alma, em si mesma e por si mesma perdida
Ficará eternamente acorrentada à terrena vida.
Cícero – 05-11-2015