A liberdade da alma

É preciso adentrar nas entranhas da alma

Para talvez no seu mais recôndito canto

Encontrar a essência de um ser em pranto

Que se vitimizou e se causou um trauma.

Porém, para a cabo levar tal árdua tarefa

É preciso silenciar a mente que borbulha

Pensamentos negativos que à vida não blefa

Mas de grandes problemas apenas a entulha.

Entretanto, quem à tona quer trazer a essência

Se a tantos basta a máscara frágil da aparência?

Entretanto, quem quer o ônus da alma dilacerada

Se impera a insegurança de não tê-la aprisionada?

Com a mente silenciada e os olhos fechados

Para o exterior ilusório e barulhento

Começa a viagem pelo autoconhecimento

Mergulhando em si sem garantias dos objetivos alcançados.

Todavia, para galgar os degraus da evolução

É preciso descontruir-se indo ao escuro interior

Buscar a centelha divina sufocada pela ambição

E quase apagada pela soberba e pelo horror.

Desaceleremos, portanto, o cotidiano veloz

Do contrário o avanço será retrocesso atroz

E a alma, em si mesma e por si mesma perdida

Ficará eternamente acorrentada à terrena vida.

Cícero – 05-11-2015

Cícero Carlos Lopes
Enviado por Cícero Carlos Lopes em 08/11/2015
Reeditado em 18/12/2015
Código do texto: T5442108
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